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  • Calíope RPG, ano era 1990…

    Me chamo Alexandre, e em 1990 eu já tinha 16 anos, jogava RPG há no mínimo uns 3 ou 4 anos, e já tinha uma opinião formada sobre como RPG deveria funcionar. Já tinha presenciado Mestres brigando com jogadores sobre regras, horas e horas desperdiçadas em uma discussão sem fim. E eu, sempre focado, queria jogo, queria interpretação, queria que as coisas fossem mais simples e mais divertidas.
    E com isso me tornei Mestre, de um sistema que não existia, mas com esses princípios: diversão, RP (interpretação) e zero discussão de regras.

    Entre 93 e 94, eu entrei no quartel (Exército). Nessa ocasião, a minha ideia de RPG já tinha 125 páginas, planilha, mapa próprio, histórias e muitas histórias. Nesse mesmo ano, enquanto estava no quartel, RPG eram meus momentos de criatividade. Atuei em diversos eventos em São Paulo, desde os IERPG até eventos organizados por outros grupos em faculdades e parques, sempre mestrando Calíope, RPG nacional, medieval, rico em histórias, e já conhecido nos eventos, mesmo que ainda não tivesse sido publicado.
    Ia muito à Devir, conheci o D3 (Douglas, um dos fundadores da Devir), e ele leu meu livro, gostou bastante, e principalmente gostava da forma como eu mestrava (narrava as histórias). Isso levou a um convite para participar de vários eventos que a Devir organizava para divulgar RPG em escolas, bibliotecas e outros eventos, a fim de falar não só do RPG como diversão, mas também como ferramenta educacional.

    Foi ali, naquele momento, que minha vida mudou completamente. Já gostava muito de RPG, mas também tinha uma habilidade de explicar o jogo, a mecânica, e de criar situações lúdicas de aprendizado do jogo, que encantava os olhos do Douglas e das professoras para quem íamos.

    Eu divulgava a ideia do RPG, as formas de jogar, o que era possível de trabalhar com os alunos. Eu já tinha uma visão clara sobre como usar RPG em sala de aula com alunos, de forma didática, lúdica e divertida. Na pele, eu conheci o que hoje as pessoas chamam de gamificação. E em nada me preocupava em divulgar meu livro nesses momentos; apenas me colocava como escritor se alguém me questionasse. O Douglas certa vez me elogiou, pois ele identificou que eu queria muito divulgar o RPG e o que ele poderia trazer, como diversão e como ferramenta educacional. Por último, na minha lista de prioridades, estava me divulgar. Conquistei o respeito dele pelo meu trabalho como escritor e como pessoa preocupada com o universo do RPG no Brasil, na década de 90, que foi um período tenso. Conheci outras pessoas de editoras, mestrei para vários, todos gostavam do meu trabalho, mas a proposta era sempre a mesma: que meu sistema fosse um complemento de um outro sistema já existente, nacional ou internacional. E eu nunca concordei com isso, pois Calíope é completo, e não um complemento.

    Mestrei diversas campanhas ao longo dos anos, algumas duraram de 6 a 8 anos, e uma, em especial, durou 25 anos. Passou junto com cada um de nós por muitas fases da nossa vida. Rsrs. Haja histórias nessa campanha! No final, viramos padrinhos de casamento, batismo, viramos uma grande família. E hoje, eu mestro RPG para eles, em uma nova campanha, e junto com eles, um novo jogador: meu filho, que hoje (maio/2025) tem 18 anos! Seu nome é inspirado em um personagem do meu mundo, uma homenagem da esposa ao meu trabalho e ao quanto ela se orgulha dele.

    Na década de 90, registrei o livro, conheci a turma dessa campanha de décadas, e conheci um desenhista que se tornou meu amigo. Ao ver o meu livro, ele ficou assustado, pois era um livro de 210 páginas e várias lacunas em branco. Ele me perguntou:
    _ O que é isso?
    E eu respondi:
    _ Espaço para os desenhos, mas não sei desenhar!
    E ele sorriu e me disse:
    _ E eu sou desenhista!

    Quem participou dos IERPG, logo no início, deve se lembrar que sempre tinha uma mesa de RPG no evento com um Flipchart e um desenhista, que acompanhava o jogo e fazia algumas artes mostrando suas habilidades. Tinha um outro amigo, que levava um trompete e, do nada, tirava da bolsa e tocava o tema do Conan. Era muito divertido. Éramos eu e meus amigos!

    Saímos na revista Dragão Brasil 2x, falando sobre Calíope. Em um dos eventos, fizemos uma coisa muito divertida e marcante: juntamos 7 mestres, cada qual com sua narrativa, e levamos seus grupos para uma arena participar de uma competição. Em certo momento, todos estavam no ponto certo, mandamos todo mundo se levantar e fomos para uma área grande com grama e fizemos uma arena com 7 mestres e 6 jogadores em cada mesa, tudo junto. Foi lindo demais! Esse evento foi no IERPG no Ibirapuera! Saímos na Dragão Brasil como sistema não publicado, com o maior número de mesas, e eles ainda escreveram o nome errado, creio que era de propósito, rsrs, mas falaram de Calíope.

    Registrei o site desde aquela época, mantive-o online por muito tempo, depois desativei, viajei, mudei, muitas coisas aconteceram. Mas agora, mais de 30 anos depois que criei o Calíope, volto a ativar o site e trago junto com isso a excelente notícia de que, em breve, teremos a publicação do Calíope, o livro de RPG, regras e também um livro de contos, com uma narrativa de 600 anos de história dentro desse planeta!

    Convido vocês a conhecerem meu trabalho, para quem é das antigas relembrar. E em breve solto mais informações sobre a publicação!

    Além disso, irei alimentar o site com diversas outras informações sobre o universo de Calíope, uma novidade no RPG, mas que, com seus 30 anos, finalmente será publicado.

    Alexandre Ferreira